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Formação em Pedagogia, UFPA e pós-graduada em Informática na Educação - UEPA. Atuando na Rede Municipal e Estadual de Educação em Castanhal/Pa

quinta-feira, 17 de junho de 2010

SER PAI NO SECULO XXI

visite o blog da escola que atuo : escolanazaretorres.blogspot.com

REFLEXÕES...


A importância da figura paterna na sociedade do séculoXXI

Todos os anos, o segundo domingo do mês de agosto, tradicionalmente, tem data reservada para os PAIS. Eles recebem dos filhos, presentes, homenagens nas escolas levando para casa os conhecidos "brindes" e/ou "lembrancinhas".

Na mídia tradicionalmente as famílias são ladeadas por propagandas mercadológicas,ou seja, respondendo as apelações/expectativas de venda dos produtos duráveis e não duráveis; com estímulo ä compra/venda de "presentes" : meias, gravatas, perfumes, aparelho elétrico de barbear, vinhos...

De maneira apelativa, associam propositalmente os sentimentos de amor e o carinho pelo paizão às ofertas de produtos e serviços "que possam atender as necessidades destes",assim, seus filhos e demais membros da família "expressem todo esse amor" de forma materializada/concreta.

Sabe-se que amor, felicidade não se compra e muito menos se vende, não estão inseridos na matéria, mais no significado maior, na expressão dos sentimentos sublimes; como: o cuidado, o zelo e sensibilidade pelo próximo. Esse pensamento sim, essa maneira de desenvolver e externar às emoções é que devem movimentar, ser cada vez mais estimuladas na base maior, ou seja, na família e posteriormente reforçada no ambiente escolar .

Houve um tempo, que a imagem do pai, era bem mais forte, séria, exemplar, ética. O homem do passado, que tinha o desejo de tornar-se "pai de família", buscava assegurar princípios e valores morais aos seus filhos e por todas as demais gerações entre netos e até os bisnetos; estimulavam a formação do caráter, da personalidade, estavam bem mais presente no dia-a-dia dos filhos, mesmo sendo “leigos”, eram diplomados pela experiência da vida,; não deixavam a desejar a função paterna diante da família e da sociedade.

Na sociedade moderna, mesmo em meio ao mundo de divulgação do conhecimento e a forma de adquiri-la; percebe-se que o homem-pai-moderno perdeu e/ou ainda não aprendeu/conquistou e nem tampouco busca exercitar/ praticar a sua responsabilidade social no núcleo familiar e fora dela. Muitos acabam direcionando a função de educar os filhos literalmente as suas esposas e/ou companheiras, e estas quando "ausentes" do lar; devido o labor diário, essas responsabilidades são transferidas a terceiros : secretárias do lar, o vizinho,a tia, e a escola.

Observa-se que a família da era tecnológica, encontra-se fadada, sem referenciais autênticos e saudáveis , ou seja, cada membro, sem exceção, cada dia estão mais isolados, lacônicos, perdidos em uma “montanha”de dúvidas, inquietações e anseios, sem norte; sem orientação, sozinhos muitas vezes trilhando caminhos duvidosos e perigosos. A busca é constante por respostas; não encontradas/atendidas/respondidas a contento.

Essa lacuna deixada pelo seu referencial maior, ou seja, o pai, deixa margem para que outros que não possuem preparo e experiência de vida tornarem-se os “referências”, por conta do "apoio", "suporte", encontrado em um estranho, desconhecidos e/ ou "amigos"...

Muitos dos jovens e adolescentes infelizmente absorvem valores distorcidos no decorrer de suas vidas, tanto no mundo real e hoje também no mundo virtual, por fatores que vão desde o simples fato de serem ignorados e/ou repassados para a responsabilidade de terceiros. Desta forma, os filhos tornam-se susceptíveis, sem defesa natural, são manipulados facilmente, por aqueles que geram apenas a intolerância, o medo, que incentivam o erro, a falta de ética , sem princípios morais e os limites de respeito e convivência social. Tudo isso infelizmente é real e afeta diretamente o direitos de deveres de cada um na sociedade.

O pai necessariamente precisa estar presente na vida cotidiana dos filhos, seja no mundo real, seja no mundo virtual (internet), ambos ambientes de interação e socialização estão propícios às adversidades da vida. O diferencial estar em "saber cuidar" - Leonardo Boff -

A insegurança individual /coletiva instaurada em nossa sociedade moderna é reflexo também da ausência de base sustentável na educação dos filhos, ou seja, o papel do PAI como mediador, amigo, conselheiro, limitador, incentivador,plantonista 24 horas e por toda a vida dos filhos... Missão árdua, porém muito prazerosa.

Atualmente se analisarmos as manifestações de valorização da figura paterna, constata-se que são as mesmas de décadas e décadas anteriores; apenas com uma "roupagem" bem mais elaborada com intuito de convencer e adquirir consumidores. Hoje o PAI moderno pode ser presenteado com bens de consumo mais sofisticados e ditos modernos, ou seja, aparelho de celular, notebooks, cds, DVDs, simuladores, rastreadores, maquinas digitais, etc .. A escola nesse contexto tem importante papel para incentivar/estimular o real propósito de se comemorar de homenagear, de valorizar o paizão, ou seja, provocar o desejo de manifestar as emoções de forma espontânea e desvinculada do consumo, separando mesmo "o trigo do joio"( algo que para muitos parece ser um desafio, uma utopia)

O afeto, amor, respeito e união entre pais e filhos deve começar a ser exercitado desde já, com atitudes que permitam o diálogo, o brincar, o ler um livro, o estudar juntos, enfim, ser pai presente e filho acolhido fraternamente.

O pai, esse homem moderno, que hoje sabe usa computadores, celulares e até navegar na internet, sentem-se perdido diante da educação dos filhos. Não conseguem estabelecer regras de convívio na família, regras obvias, essências para o convívio social. Estão a cada dia deixando a desejar a responsabilidade sobre os seus filhos, muitos destes jogados a própria sorte, ao léo (ao sabor do vento), ou em abrigos , entre parentes e instituições públicas. Será que nossas crianças e a juventude estão mais "difíceis", ou será que a figura paterna da era tecnologia e moderna não vem assumindo a contento seu verdadeiro papel ????

A figura paterna precisa ser (re) valorizada, resgatada. Sabemos que não existem manuais, receitas nem tampouco, guias, mapas... que definam de como ser PAI, ou como construí-lo, todavia, sabemos como sensibilizar mentes e corações dos homens, mulheres, jovens e crianças, tocando em suas emoções, estimulando sempre o emocional. A escola de hoje deve ir muito além do papel, da caneta, livros, do quase extinto giz, da caneta piloto e do computador.... ela precisa/deve educar além dos conteúdos conceituais ( algo que sempre priorizou até hoje ), ou seja, educar hoje é valorizar também outros conteúdos,. Alunos e família precisam aprender a externalizar suas emoções e atitudes mais sublimes quem expressem o afeto e amor.

O homem não é um ser frio,, porém pode tornar-se, dependendo de como vem sendo estimulado socialmente, ou seja, os valores que vem absorvendo , no entanto, a sociedade deste século XXI encontra-se mergulhada em mudanças drásticas; os referências positivos : a paz, justiça, esperança, ética, moral, compaixão, tolerância, estão fadados e parecendo até obsoletos, fora de moda, por conta da ausência de seu exercício, seja na família, no transito, nas instituições sociais, na política ..

Estamos vivendo numa sociedade hoje de pessoas egocêntricas, com visão unilateral, individualistas. Será essa sociedade que os pais querem para si e seus filhos??? Pai veja sua import@ncia nesse novo paradigma de sociedade, seja nosso, parceiro na escola. Vamos juntos retomar o que a de melhor na essência do ser humano. O homem é um ser passível/suscetível de mudanças, ele se adapta aquilo que lhe é oferecido. Desta forma, vamos oferecer aos nossos alunos/filhos uma educação mais emotiva que prime o amor, a paz e a construção de uma sociedade mais justa e paternal.

Em suma, a figura paterna precisa retomar/repensar/refletir sobre o seu papel no contexto social e familiar nessa nova era, para que possa renovar/fortaleçer/continuar a ser modelo/referencial, ou seja, o ídolo maior dos filhos; o exemplo de ética, moral e cidadania.

Texto de autoria da pedagoga Especialista em Informática na Educação

Lidiane de Fátima Souza de Queiroz